O primeiro quebra-cabeça

 Estava indo levar o meu lixo na lixeira do prédio onde eu morava e ao lado da lixeira encontrei uma caixa cheia de livros...

O meu coração parou, e fiquei pensando por que é que ao invés de doar os livros que não quer mais, joga no lixo..

Mas logo o coração retomou as batidas habituais e fiz o resgate da caixa que quase tivera um fim trágico em um lixão aleatório. Levei tudo pra casa sem pestanejar. Fiquei com alguns livros pra mim, mas claro que nem tudo era interessante para o meu gosto. 

Alguns dias mais tarde fiquei sabendo de uma feira de troca de coisas, que aconteceria na Casa das Rosas. Descobri a feira porque estava procurando onde eu poderia ir para trocar minhas figurinhas de jogadores da copa, no ano que a Copa aconteceu aqui no Brasil.

Então pensei, vou levar os livros que encontrei. Troquei vários por coisas que achei interessante, outros livros, discos de vinil. Também troquei as figurinhas e completei meu álbum...mas ... no meio de tantas coisas encontrei sem querer um quebra-cabeça com a imagem do Masp. Parei. 

-Moça aceita trocar este qc por livros? Tenho vários pode escolher quantos quiser! Prendi a respiração na ansiedade, enquanto aguardava a resposta. Os olhos brilhando enquanto o qc piscava pra mim...

-Vou ver seus livros, ela respondeu finalmente. Escolheu alguns e o qc veio pra mim. Voltei feliz da vida pra casa e imediatamente comecei a montar. Apanhei um pouco apesar de ter só 500 peças, mas depois de pronto fiquei admirando... e ele está em minha parece até hoje e pretendo que ele sempre permaneça lá

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O Masp além de ser um dos lugares preferidos na cidade, ainda é sempre um belo cartão postal. Logo temos uma combinação perfeita. qc, museu, escambos e uma história incrível que estava começando. 

Contos sobre quebra-cabeças

 A lembrança mais antiga que tenho de um quebra-cabeça é de um que ficava pendurado na parede da sala de espera de um consultório. Não lembro quem era o médico, nem onde era o consultório. Só lembro do quadro feito de pecinhas e que eu achava aquilo incrível. Ficava olhando e imaginando como será que as pecinhas ficavam no lugar. já nesta época queria montar um também e fazer um quadro e por na minha casa.... Mas certamente isso era apenas um sonho...mãe dizia que era para eu não inventar, que não tinha lugar para ficar montando quebra-cabeça em casa, que iria ficar no caminho. Quando eu ia em lojas de brinquedos, muitas vezes ficava admirando as imagens, mas sempre era não para os pobres quebra-cabecinhas... e se passaram muitos anos e cresci antes que um quebra-cabeça entrasse em minha vida e virasse ela totalmente do avesso. Depois do primeiro, vieram os próximos muito rapidamente. E com eles chegaram amigos queridos, que foram se unindo por conta das pecinhas. Também foram os quebra-cabeças que proporcionaram aventuras pelo mundo...e uma felicidade e vontade de estar ali no meio daquelas pessoas, todas com a mesma paixão na arte de juntar pecinhas...